Dr. Gustavo Holanda - Neuropediatra
AUTISMO

Quais são as Principais Diferenças Entre a CID-10 e a CID-11 no Diagnóstico do Autismo?

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) agora é um único diagnóstico unificado na CID-11, substituindo os diversos Transtornos Globais do Desenvolvimento da versão anterior. Novos códigos específicos diferenciam os diferentes níveis de comprometimento, e o diagnóstico de TEA pode ser feito concomitantemente com outras condições.

O diagnóstico do autismo passou por importantes mudanças com a transição da CID-10 para a CID-11. Entender essas diferenças é crucial para pais e profissionais que buscam o melhor cuidado para as crianças. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente as principais alterações e o impacto delas no diagnóstico e tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Na CID-11, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) agora é classificado de forma unificada sob o código 6A02. Antes, na CID-10, os transtornos eram divididos em diferentes categorias, como Autismo Infantil, Síndrome de Asperger e Autismo Atípico. A unificação simplifica a classificação, alinhando-se com a abordagem adotada pelo DSM-5 em 2013. Essa mudança facilita o entendimento e a comunicação entre profissionais de saúde e familiares.

Outra diferença significativa é a introdução de códigos específicos na CID-11 para diferenciar os níveis de comprometimento no TEA. Agora, há códigos que variam de 6A02.0 a 6A02.5, diferenciando o TEA com ou sem deficiência intelectual e com diferentes níveis de comprometimento da linguagem funcional. Além disso, 6A02.Y é usado para outros casos especificados e 6A02.Z para não especificados. Essa especificidade permite um diagnóstico mais preciso e intervenções personalizadas.

A CID-11 também permite o diagnóstico concomitante do TEA com outras condições, algo que não era permitido nas versões anteriores. Isso é importante porque muitas crianças com TEA apresentam comorbidades, como ansiedade, TDAH e transtornos motores. Reconhecer e tratar essas condições adicionais é essencial para um cuidado abrangente e eficaz.

Condições antes separadas na CID-10, como Síndrome de Asperger e Transtorno Desintegrativo da Infância, foram removidas como diagnósticos independentes na CID-11. Essas condições agora estão incorporadas dentro do espectro unificado do TEA. Essa mudança reflete um entendimento mais moderno e inclusivo do autismo, reconhecendo a diversidade de manifestações dentro de um único espectro.

A transição para a CID-11 também facilita a coleta de dados epidemiológicos e a realização de pesquisas. Com uma classificação unificada e específica, é mais fácil monitorar a prevalência do TEA e estudar suas causas e tratamentos. Isso beneficia a comunidade científica e, a longo prazo, melhora a qualidade dos cuidados oferecidos às pessoas com autismo.

Para os pais preocupados com o desenvolvimento de seus filhos, é importante entender essas mudanças e buscar uma avaliação especializada se houver suspeitas de TEA. Um diagnóstico precoce e preciso pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento e na qualidade de vida da criança. A teleconsulta pode ser uma ferramenta valiosa nesse processo, permitindo acesso a especialistas de forma prática e eficiente.

Se você tem preocupações sobre o desenvolvimento do seu filho ou gostaria de entender melhor essas mudanças, considere agendar uma consulta com um especialista. A teleconsulta pode ser uma opção prática para obter orientações e acompanhar o desenvolvimento da criança. Acompanhe o desenvolvimento do seu filho com o suporte adequado e fique atento às atualizações nas classificações de saúde para oferecer o melhor cuidado possível.